1 Em Peru/ Vale Sagrado

Vale Sagrado no Peru, um passeio fascinante

Conhecemos o Vale sagrado no caminho entre Cuzco e Machu Picchu. É um passeio sensacional que nos esclarece muito sobre o Peru mais profundo, mais rural.  Para sair de Cuzco é necessário subir a montanha, onde vemos os mirantes mais lindos do vale em que está localizada.

Fomos ao povoado de Chinchero, uma população rural que vive basicamente da tecelagem e venda de artesanato à 3.772 metros de altitude. De lá percebemos que era ponto estratégico de onde se avistava qualquer chegada inesperada, algo muito valorizado pelos Incas.

Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru-001

Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru-001

No centro do povoado está uma pequena igreja que não entrega as belezas dos afrescos que estão no seu interior. Como não se pode tirar fotos fica o suspense para quem ainda não foi. A cidade estava se preparando para uma festa religiosa e tinham andores recheados de flores, pena que não podíamos ficar até o dia seguinte para acompanhar a festa. Também foi necessário o boleto turístico para acessar a localidade.

Preparação para festa, Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru-001

Preparação para festa, Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru

Com a altitude, a incidência solar é maior, por isso vimos vários pequenos de Chinchero com as maçãs vermelhas do sol e do frio.

Crianças e maças rosadas, Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru

Crianças e maças rosadas, Povoado de Chinchero, Valle Sagrado, Peru

Seguimos para Salinas de Maras passando por uma excelente estrada ladeada pelos picos nevados dos Andes. A entrada para as salinas, contudo, é totalmente diferente: íngreme, de terra, ao lado de um penhasco sem qualquer proteção, onde só passa um carro. O Vale Sagrado é assim, parece conter toda a biodiversidade do Peru.

Pontes de madeira no Vale Sagrado, Peru

Pontes de madeira no Vale Sagrado, Peru

A vista maravilhosa compensa o perigo, da estrada se vê o rio Urubamba entre cadeias de montanhas. O nosso motorista Manuel nos contou que na primeira vez que dirigiu até as salinas teve medo, mas agora já está acostumado, eu não rsrs, confesso que estava com medo.

As salinas se apresentam logo na primeira descida, onde há um mirante. Não se consegue ver onde terminam e o branco do sal não deixa dúvidas da engenhosidade de uma técnica de mais de 3.000 anos. Ainda hoje se utilizam as mesmas estruturas para retirar o sal de uma fonte salobra. A fonte brota, desce por canais, até as estruturas quadradas onde será exposta ao sol e evaporada a água, restando apenas o sal.

Há artesanato de todo o tipo, incluindo sais de banho feitos com o sal de Maras, produtos gourmet, além dos onipresentes milhos e lãs. Para entrar nas salinas tem que se pagar 5 soles por pessoa (R$3,00), não está incluída no boleto turístico.

Estávamos atrasados e achei melhor ir direto a Ollantataybo, sem passar em Moray. Manuel insistiu que deveríamos ver Moray e que conseguiríamos chegar a Ollantaytambo às 13horas para almoçar e pegar o trem às 15 horas. Moray era um laboratório inca de análise da agricultura para, em diferentes condições climáticas, verificar as melhores formas de cultivo, datas de colheita,etc.

Moray, Valle Sagrado, Peru

Moray, Valle Sagrado, Peru

O tamanho realmente impressiona, não descemos pois já estávamos cansados, mas ao se utilizar o zoom da câmera vimos que os muros possuem mais de 2 metros. Ainda há canais para escoamento da água e escadas de pedra para subir.

Detalhe das escadas incas, Moray, Vale Sagrado, Peru

Detalhe das escadas incas, Moray, Vale Sagrado, Peru

Ao sair de Moray pegamos uma estrada que mais parece uma trilha na montanha. Curvas e mais curvas, nascentes de água que passam pelo meio da pista. Manuel nos informou que a estrada tinha sido levada pela chuva no início do ano passado e que tinha sido restaurada recentemente. Manuel só esqueceu de nos avisar que a estrada era pela montanha e que em alguns pontos teríamos que descer para o carro passar por pontes de madeira.

Nossos meios de transporte no Peru

Nossos meios de transporte no Peru, a segunda é a ponte alternativa

Como ele estava tranquilo, ficamos tranquilos também, este visual deve ter efeito ansiolítico. Chegamos em Ollantataybo exatamente às 13 horas. Subimos às ruínas que eram as maiores que tínhamos visto até então. Dizem que são 230 degraus, mas não contamos para conferir, é uma subida intensa.

As escadarias de Ollantataybo, Valle Sagrado, Peru-001

As escadarias de Ollantataybo, Vale Sagrado, Peru

Em cima estão os muros incas com a sua perfeição de pedras milimetricamente encaixadas e pedras imensas que não conseguimos imaginar como chegaram lá. Essa tem mais de 3 metros de comprimento!

Pedras imensas, como chegaram, Vale Sagrado, Peru

Pedras imensas, como chegaram, Vale Sagrado, Peru

Almoçamos no restaurante chamado Mayupata que estava indicado no guia da folha, excepcional. Esse foi a verdadeira pedida gastronômica da viagem: Comemos de entrada truta frita com quinoa.

Parece uma tapioca um pouco mais crocante com três molhos, de uma frutinha vermelha, limão com páprica, cebola agridoce, acompanhada de batatas recheadas com queijo (papas rellenas).

Truta frita com quinua, Ollantaytambo, Peru

Truta frita com quinoa, Ollantaytambo, Peru

Prato principal -Truta à meunière  assada no forno à lenha, inesquecível!

Truta à meunière, Ollantaytambo, Peru-001

Truta à meunière, Ollantaytambo, Peru

Uma entrada, dois pratos principais, duas cusqueñas grandes e uma conta de R$ 60,00 para o casal, em Salvador impossível! Saímos felizes da vida para a estação de trem que fica a 10 minutos a pé. Como é uma ladeira enorme,pegamos um”taxi” típico da região, o tuc-tuc. Preciso prevenir para o cheiro que estava muito forte, como um cachorro molhado, ainda bem que rapidinho chegamos – 2 soles.

Trem para Machu Pichu, Ollantaytambo, Peru

Trem para Machu Pichu, Ollantaytambo, Peru

O trem chegou pontualmente, não tinham muitos passageiros esperando. As nossas poltronas eram a 1A e 1B.

Se consegue agüentar 30 min de sol incessante no rosto, recomendo muitíssimo, isto porque, mesmo com o sol que adentra até a poltrona, a vista é integral para todo o trajeto. Na frente das cadeiras está um vidro que permite a vista perfeita, o maquinista fica ao lado. Colocamos o protetor solar, os chapéus e pedimos uma cusqueña para comemorar a viagem – 7 soles, observe que a cusqueña é uma edição comemorativa dos 100 anos de Machu Picchu.

Vista do trem com serviço de bordo, Peru

Vista do trem com serviço de bordo, Peru

Chegamos em Aguas Calientes em 1hora e 30 min aproximadamente. A estação estava uma loucura, cheia de pessoas de todas as partes do mundo. O staff do hotel estava nos esperando. Achei que teríamos um translado, mas em verdade é um funcionário do hotel com um carrinho de mão em que coloca as malas e nos leva – a pé – para o hotel.

Olhando a paisagem rumo a Cuzco

Olhando a paisagem rumo a Cuzco

Logo percebi que Aguas Calientes é como o centro de Morro de São Paulo, pouquíssimos carros no centro, um ponto de parada. Ao chegar no Hotel Sumaq fomos recebido de forma muito cordial, com suco de boas vindas e milho de entrada. No quarto do hotel estavam trufas nos esperando. O jantar aconteceu às 19h30 e então a decepção: Muita apresentação, pouco sabor. Tinha pago um valor considerável confiando em várias indicações, especialmente sobre a excelência do restaurante do Sumaq, porém o jantar deixou a desejar. Ficamos com inveja das pessoas que tinham pedido do cardápio e não um menu comemorativo como o nosso.

Jantar em Águas Calientes

Jantar em Águas Calientes

Sobremesas – a única realmente gostosa era a laranja, as outras eram apenas diferentes. Um pequeno detalhe apenas para ilustrar o que teria tudo para ser a melhor noite da viagem e foi a pior: o hotel tinha detalhado que o chef iria nos apresentar os pratos, contudo, quem o fez, foi o maitre. Pagamos cerca de 1.400 por uma noite e além de um jantar nada memorável, não foi cumprido o combinado.

O mico que se paga em toda viagem, Peru

O mico que se paga em toda viagem, Peru

Ao final, foi excelente a dica de ir direto de Ollantambo a Águas Calientes. Seguimos a Wanessa, do Caderno de Viagens e realmente é a melhor opção: por ser caminho no Valle Sagrado e por possibilitar duas viagens totalmente diferentes de trem.

♥Como chegar?

Saímos para o Vale Sagrado às 8h, após pedir um taxi através do Hotel, a empresa chama-se Rapi Taxi e nos cobrou 120 soles (R$ 75,00). Nos levou até Ollantaytambo, parando em Chinchero, Salinas de Maras e Círculo de Moray. Ollantaytambo está a 97 Km de Cuzco – o passeio durou das 8h às 14h.

 

♥ Onde ficar?

Nós nos hospedamos no Sumaq, que fica à beira da entrada para Machu Picchu. Apesar de não termos gostado muito do jantar, o hotel é ótimo. Veja ele aqui no Booking

Quer conhecer mais sobre o Peru? Temos vários posts legais sobre esse destino

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1 Comentário

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    Anonymous
    12 de setembro de 2011 em 11:11

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