Acordamos cedo e, inesperadamente, ao sairmos do Day Inn em Montevidéu, percebemos que tinha sido a melhor escolha possível. Bem em frente à rodoviária, apenas atravessamos a rua e logo estávamos devidamente instalados em um ônibus confortável com ar condicionado para Punta.
O terminal de Tres Cruces é agradável e parece um shopping, com casas de cambio, lanchonetes e saídas para Punta de meia em meia hora (e até de 15 em 15min, dependendo das empresas). No site tem os horários e a passagem não foi cara, cerca de U$10,00 com taxa de embarque.
Chegamos em Punta que tem uma diminuta estação de ônibus (parece mais um ponto de parada), em cerca de 2 horas, viagem tranquila em uma paisagem monótona, campos e mais campos em uma planície, ora uma vaca, ora um rebanho… Afinal o Uruguai tem mais vacas que pessoas!
O hotel reservado pela CVC era totalmente diferente de Montevidéu. Jean Cleavers. Acho que foi a primeira vez que as fotos do site traíram o hotel, para melhor! É muito mais bonito e agradável do que as fotos deixam transparecer. Um imenso jardim, com pontes, cadeiras e uma vontade enorme de ficar lá, apenas ouvindo os pássaros.
Uma piscina grande externa e outra coberta e aquecida interna.
Fomos almoçar no El Secreto (Rambla Gral Artigas) e embora não estivesse muito quente, comer uma excelente carne uruguaia (melhor do que a argentina em minha modesta opinião) em frente ao mar compensou o dia indeciso. Ora nublado, ora ensolarado.
Depois do almoço, dos licores, das Patrícias… Fomos a pé por todo o calçadão, passando pelo Conrad, o resortão e cassino para o deleite das socialites brasileiras -também são benvindas :). Seguimos ainda mais, adentramos pelos bairros mais residenciais de Punta, e como estávamos na primavera, muito bonitinhos e sem a confusão alegre do verão. Quase uma hora e 3km de caminhada depois, voltamos ao hotel.
Em frente ao Jean Cleavers está o Punta Shopping com atrativos diversos como casa de câmbio, uma boa livraria e loja de cds, no meu caso amei um supermercado, de onde trouxe a principal lembrança de Punta: um moedor de pimentas azul. Está comigo há quase 03 anos e todas as semanas, quando vou cozinhar, lembro desta linda viagem. E quem achar frivolidade desconhece a importância de um bom moedor de pimentas.
À tarde, resolvemos fazer o programa mais batido e sempre repetido de 100% dos turistas que vão a Punta: CasaPueblo. Casa literalmente feita à mão, com cimento e cal, diferente. Em vários pontos da casa há homenagem a escritores, artistas e intelectuais, como Ernesto Sábado, Picasso e até Jorge Amado.
Fica em Punta Ballena, um pouco distante do centro
Uma linda mistura de Hotel, Museu, Bar, Local de apreciação do pôr do sol e residência do artista plástico Carlos Páez Vilaró. O site dele tem fotos de babar do local, vale a pena conferir, e ainda tem o texto sobre o “evento” pôr do sol na CasaPueblo:
LA CEREMONIA DEL SOL se realiza en las terrazas del Museo, al caer la tarde, todos los días del año desde 1994.
Se ha convertido en un clásico al que ningún visitante quiere dejar de asistir.
Es una especie de misa ecuménica, un momento muy emotivo en el que todos hacen silencio y sólo se escucha la voz del artista, que desde una grabación, dedica un poema al sol para despedirlo cada tarde.
Las golondrinas y gaviotas, atraídas por la música que llega hasta el mar, cierran la ceremonia sobrevolando las terrazas del Museo, asombrando a los concurrentes pues lo hacen en el instante en que el sol ha desaparecido totalmente detrás del horizonte.
Lo invitamos a recorrer el Museo
Com este convite, não poderíamos recusar. Tomando um espumante, vimos a despedida do sol, emocionados.
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