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Como evitar perrengue na Índia, chegada e hospedagem

Jardins de Jodhpur, Índia

Passamos perrengue na Índia, mas apenas na chegada. Embora tenhamos lido muitos posts de blogs de viagem, o guia ilustrado da Folha, revistas de viagem, nada nos preparou bem para o aeroporto e a chegada. O perrengue aconteceu alheio ao planejamento!

Templo de Lótus em Nova Délhi

Templo de Lótus em Nova Délhi, perto disso, qualquer perrengue é bobagem

Então contamos aqui todos os imprevistos para você só passar por eles se quiser uma aventura a mais 😉

Como evitar ao máximo perrengue na chegada à Índia

 

Somos muito cuidadosos ao escolher onde vamos ficar nas cidades em que passamos. Temos algumas regras que nunca falharam na hora de escolher onde ficar e procuramos sempre no Booking algo que atenda a estes pontos:

  1. Ser bem localizado
  2. Seguro
  3. Nota superior a 8,5
  4. Muitas avaliações (com apenas 10 ou 20 comentários pode-se ter uma análise parcial, mas com 200 ou 300 fica difícil errar)
  5.  Ler os comentários negativos e ver se tem algo muito grave como mofo, insetos ou roubos. Não supervalorizo os comentários, pois há muita gente rancorosa no mundo. Se uma pousada/hotel consegue uma nota superior a 8 com muitos comentários dificilmente é ruim
  6. Um preço que se possa pagar 😉

 

Nossa linda hospedagem em Udaipur, Índia

Nossa linda hospedagem em Udaipur, Índia

Seguindo esses passos nunca tivemos problema, mas isso não significa que imprevistos não possam acontecer. E aconteceram! Logo no primeiro dia de viagem.

Como evitar perrengue nos aeroportos indianos

 

Nosso vôo chegaria em Nova Délhi às 02h. Como iríamos para Udaipur em um vôo às 13:30, pensei em dormir em um daqueles hotéis que ficam dentro do próprio aeroporto. Reservei o Holiday Inn que fica no desembarque e no mesmo terminal que desembarcaríamos.

Ao sair, após 27 horas de vôo, não conseguimos encontrar o Hotel, não havia nenhuma placa indicativa no desembarque. Procuramos o guichê de informações do Aeroporto e o funcionário nos indicou que  todos os hotéis estavam fora, não havia nenhum hotel naquele local.

Aeroporto de Nova Délhi, Índia

Aeroporto de Nova Délhi, bonitinho, mas ordinário

Andamos um pouco mais e decidimos sair para ver se havia alguma placa indicativa. Foi a pior decisão que podíamos tomar. Os aeroportos da Índia não tem acesso liberado ao público, só se consegue adentrar com um bilhete de chegada para aquele terminal.

Explico melhor:

Os aeroportos indianos são controlados, só ingressa neles quem tem um bilhete de embarque para aquele terminal e para o mesmo dia mesmo dia. O aeroporto é controlado pelo exército, então quem fica na porta não tem cara de bons amigos. É o velho bigodão e inimizade à primeira vista, rsrs.

Guardas do City Palace, Jaipur, Índia

Estes Guardas do City Palace eram mais simpáticos, Jaipur, Índia

Mesmo com a cara emburrada do guarda, contamos nossa situação ao tentar retornar ao aeroporto, explicamos em inglês precário que tínhamos uma reserva no hotel dentro do aeroporto, mostramos a reserva, tudo isso sem sucesso. Não adianta argumentar. Só conseguimos um alento quando uma moça do setor de atendimento ao cliente, na única portinha aberta do aeroporto, disse que iria ligar para o hotel que reservamos.

30 minutos depois aparece um funcionário do hotel. Nossos olhinhos brilharam de emoção e o frio que estava na barriga e no corpo todo amenizou (fazia cerca de 10ºC). Uma curta conversa e um belo balde d’água depois, ele nos disse que não poderíamos entrar de jeito nenhum e que o hotel fica mesmo no setor de embarque e não de desembarque.

Em seguida nos deu uma sugestão, poderia nos encaminhar para outro hotel, que aceitasse cartão de crédito, pois não tínhamos conseguido fazer câmbio (um problema de falta de moeda nos câmbios do aeroporto). Nos perguntou se queríamos um hotel 5 estrelas ou um hotel semelhante ao que estávamos ficando.

Segundo erro – Se está numa fria, vá para o 5 estrelas.

 

Dissemos que poderíamos ir para um hotel semelhante, um 3 ou 4 estrelas, afinal era apenas uma fração de noite (à esta altura estávamos às quase 4h da manhã).

Ele nos mandou para o Ópera Hotel em um táxi que receberia do próprio hotel, por cerca de U$ 50,00. Só que esse hotel no Booking custa R$50,00! Ou seja, fomos explorados e acabamos em um muquifo.

Hotel Ópera, Nova Délhi, Índia

Um lugar para dormir é melhor do que dormir na rua, Hotel Ópera, Nova Délhi, Índia

Analisando a situação com outros olhos, deveríamos ter pedido o melhor hotel da redondeza. Estávamos em um país estranho, sem dinheiro, sem internet, com frio e era só uma diária. A chance de sermos ludibriados era muito menor… Então, se estiver em uma situação dessa e puder pagar – Vá para um 5 estrelas.

O Hotel Ópera sequer tinha papel higiênico, era uma vasilha plástica para encher de água e lavar as partes. Nem tocamos no vasilhame (eca!!!).

Leve itens básicos para uma situação de emergência

 

Eu tinha lido relatos de hospedagens assim, mas pelas minhas escolhas achei que não passaríamos por isso. Mesmo assim, apenas por precaução, levei um par de fronhas e uma toalha de rosto. Foi a nossa salvação!

Diferenças entre banheiro do perrengue e reservado por nós

Diferenças entre banheiro do perrengue (esquerda) e reservado por nós no booking em Nova Délhi (direita)

Cobri os travesseiros com as nossas fronhas, coloquei um lenço grande por cima do lençol, que não parecia limpo, e dormimos de roupa completa (até porque fazia um frio tremendo no quarto do hotel e o ar condicionado não tinha aquecedor). Tenho certeza que só conseguimos dormir porque estávamos muito cansados.

O wi-fi do hotel funcionava bem no corredor, pudemos mandar mensagens para a família e conferir as passagens do dia seguinte.

Leve as passagens impressas

 

Pela manhã cedo, com as mesmas roupas que dormimos e o mesmo táxi que nos deixou partirmos para o outro terminal, com as passagens impressas no próprio hotel.

Outro erro: leve todas as passagens impressas. Vi pessoas passando o maior perrengue ao tentar mostrar no celular a reserva. E se a bateria do celular acabar? Se se o arquivo sumir? Você simplesmente perde o vôo. Então, vai por mim, imprima todas as suas passagens antes de ir ao aeroporto.

Leve o cartão de crédito que comprou as passagens

 

O último perrengue da viagem foi um perrenguinho, principalmente se comparado com dormir em um muquifo. Ao fazer o check in na Indigo, companhia aérea indiana por onde fizemos o trecho Nova Délhi – Udaipur, pediram o cartão que eu tinha feito a reserva.

O cartão não estava em mãos e tivemos que pagar novamente o bilhete. Para nossa sorte, o valor anterior foi estornado e o valor da tarifa foi o mesmo, o chato foi só o perrengue de localizar a reserva e esperar para passar novamente o cartão.

Jardim da frente do City Palace, Udaipur, Índia

Linda Udaipur, que chegamos com a companhia IndiGo.

Mas poderia ser muito pior: Imagina se não tivéssemos limite no cartão? Seria um imenso perrengue! Então: leve o cartão com o qual fez a reserva, mesmo que esteja cancelado ou bloqueado.

Com estes pequenos cuidados, a chegada e hospedagem na Índia tende a ser linda e acima de suas expectativas, mas sem esquecer

A capital da nossa gloriosa nação. A sede do Parlamento, da Presidência, de todos os ministros e primeiros-ministros. O orgulho do nosso planejamento cívico. A vitrine da república.

É assim que eles a chamam

Deixe que um motorista lhe diga a verdade. E a verdade é que Déli é uma cidade maluca.

Aravind Adiga, O tigre branco.

Quer ler mais sobre a Índia? Veja aqui.

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1 Comentário

  • Responder
    Os nossos maiores perrengues de viagem - Viagens Invisíveis
    1 de outubro de 2018 em 11:04

    […] um hotel mequetrefe que aceitava cartão de crédito e tinha transfer incluído para o aeroporto, contei neste post. ♦ Dica esperta ♦ Na Índia, só sair do aeroporto se tiver certeza para onde vai, pois é […]

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