Sonhava em conhecer o sudeste asiático há muito anos, especialmente depois de ler os posts do Viaggiando, da Turista Acidental sobre o Camboja e comprar um livro sobre o antigo império Angkor. Juntei todas as milhas possíveis durante 02 anos e no programa de milhas Smiles, resgatamos uma passagem para Bangkok.
Bangkok é a porta de entrada para a maioria dos países do Sudesde Asiático e do Brasil é a forma mais fácil de se chegar. Como a viagem é longa, mais de um dia, decidimos passar um tempo por lá e então seguir para Siem Reap, no Camboja.
Apesar de ter lido sobre o destino, ter um guia impresso e um digital nas mãos, algumas situações não muito agradáveis me pegaram de surpresa, então decidi contar logo no primeiro post sobre esta viagem, para quem sabe, ajudar nos preparativos de outros turistas. Nada do que vou falar atrapalhou ou tornou este destino menos atrativo, alguns podem até achar que são coisas superficiais e que sou fresca, o que admito. Se estas informações não te ajudarem, ao menos mal não farão 🙂
O que não me contaram sobre Bangkok (e que gostaria de ter ouvido antes de viajar):
Chulé nos templos
Os templos de Bangkok são magníficos, esplendidos e imensos. Estes ou outros adjetivos empregados não são redundantes para descrever a quantidade de detalhes, dourados, baixos relevos, budas imensos ou pequenos graciosos…
Para adentrar neles é preciso tirar os sapatos, em sinal de respeito, e não se admite, em hipótese alguma, que se entre calçado. Nas portas há um local para deixar os sapatos e, embora receosa no início, não vimos ninguém reclamar sobre furtos de sapatos. Apenas uma pequena placa no Grande Palácio indicava que o templo não se responsabilizava pelos sapatos deixados.
Acontece que faz muito calor em Bangkok. Fomos na época mais fresca, fevereiro deste ano, pleno inverno, e a temperatura estava como em Salvador, mais de 30º durante o dia, média de 21º-25º à noite.
Imagine então uma quantidade imensa de turistas, depois de caminhar o dia inteiro no calor, tirando seus tênis para entrar nos templos… Um chulé horroroso!
Em alguns, como no Buda deitado, chegou à beira do insuportável! Além de uma sensação de que estávamos pisando em um chão levemente úmido, que me fazia pensar estar pisando no chulé alheio, ainda lembro com um certo nojinho.
Se soubesse antes, teria levado um par de meias, só para colocar para entrar nos templos e depois devolver para a mochila em um saco plástico bem fechado. Também teria levado uns lenços úmidos cheirosos para colocar no nariz enquanto apreciava as belezas dos templos. Este pequeno cuidado amenizaria a vontade de sair correndo, que tive em alguns momentos.
Tudo é longe
Bangkok é imensa. Se você não ficar hospedado próximo ao Grande Palácio, terá dificuldade em conhecer as principais atrações a pé. E ainda que fique super bem localizado, só será perto para conhecer os templos, que, em sua maioria ficam na parte histórica, mas ainda assim estará longe de outras atrações interessantes como o Museu Jim Thompson.
A dica é: fique perto do centro histórico (onde estão o Grande Palácio, o National Museu, o Wat Pro (buda reclinado) e assim poderá conhecer alguns outros templos como o Wat Arum de barco (o que facilita muito).
O metrô ainda não atinge toda a cidade e não chega ao centro histórico, então é necessário pegar táxis ou tuc-tuc, que muitas vezes é mais caro do que andar de táxi.
Pode se preparar, ainda assim, para longas caminhadas e talvez tenha que pegar táxi todos os dias. Andar pelas calçadas também não é fácil, já que há restaurantes improvisados no meio da rua, garagens para aluguel de motos, tuc-tucs oferecendo os serviços.
Apesar das dificuldades, é interessante aproveitar para olhar para o cotidiano e as diferenças com a nossa realidade, pois cada loja tem seu templo particular de devoção, normalmente em uma das laterais antes da porta de entrada. Alguns são muito bonitos, com flores e a imagem de buda protegido em uma espécie de casinha.
O que é barato e o que não é
Li muito que o sudeste asiático é uma pechincha. O Viaje na Viagem já tinha alertado que a Tailândia não estava tão barata assim, em comparação com outros países como Camboja, Laos ou Vietnã.
Percebemos isso em relação às bebidas. Mesmo em restaurantes simples, no meio da rua, o preço de uma garrafa de cerveja de 600ml era o mesmo do prato principal. Nada que impeça de tomar umas bebidinhas, mas fica a dica para separar alguns dólares a mais se quiser beber mais um pouco.
Pagamos uma média de 150baht por prato, cerca de R$18,00, que é barato para a qualidade e sabor da comida, mas que é bem salgado para uma cerveja popular. Isto não aconteceu no Camboja, pois no happy hour as promoções de chop ofereciam um canecão por U$0,50. Sim, não está errado, meros cinquenta centavos de dólar, das 17h às 20h! Isto é que é pechincha.
Os barcos populares e os barcos turísticos
Quando chegamos em Bangkok tinha a informação que era mais prático e rápido se deslocar pelo rio para os templos que estavam às suas margens, que são muitos. Também tinha lido que haviam barcos para turistas e barcos populares (bem mais baratos). O que não sabia é que nem em todos os pontos saem ou param os barcos populares, nem que estes últimos ficam lotados e às vezes, não é possível desembarcar onde se quer.
Pegamos o primeiro barco, popular, em um ponto que paravam exclusivamente barcos públicos. Este número 8 da placa acima, sinaliza qual é o ponto e todos os mapas turísticos tem esta sinalização dos pontos de barco. Pagamos 3baths pelo trajeto, menos de R$ 0,50. Como não existe almoço grátis, os barcos são lotados e os funcionários nem um pouco amigáveis. Ficam gritando para os passageiros irem para a frente do barco o tempo todo e é uma gritaria sem fim.
Gostamos da experiência para ver como os tailandeses se deslocam no dia a dia, mas aviso que não é nem um pouco confortável, principalmente na hora de descer, quanto tem que empurrar as pessoas para conseguir sair do barco, já que a entrada e a saída são pelo fundo.
Os barcos particulares tem piers próprios, mas também param em alguns piers públicos, custam 4o baths, cerca de R$5,00, mas são bem mais confortáveis (também com esta diferença de preço, tem que ter alguma vantagem). Achei interessante a compra de um dia inteiro, que custa 150baths , cerca de R$17,00, mas permite descer e subir quantas vezes quiser. Minha dica se quiser conforto: elabore seu roteiro e compre o passe de um dia.
Considerando que o trânsito é caótico e muito movimentado e que tudo é longe, passear de barco vendo lindas casas, restaurantes e templos é um colírio para os olhos e para o coração. Bangkok é um destino incrível, vale a pena a preparação!
10 Comentários
Cyntia Campos
6 de abril de 2016 em 18:45Adorei as dicas. Ando louca pra fazer essa viagem. O que você diria da segurança? Dá para encarar Bangkok sozinha?
viagensinvisiveis
10 de abril de 2016 em 13:05Cyntia, achei super tranquilo, praticamente nenhum assédio (só dos vendedores) e vi mulheres sozinhas fazendo a mesma viagem, tanto em Bangkok, como no Camboja. Manda brasa!
Deborah
6 de abril de 2016 em 20:28Parabéns, excelentes informações com pitadas únicas de senso de humor.
viagensinvisiveis
10 de abril de 2016 em 13:05Obrigada <3
Giovanna Spada
10 de abril de 2016 em 21:25Hahahaha… acho sempre importante ter esse tipo de informação! Um pouquinho de realidade.
Valeu pelas dicas. Estão bem anotadas para quando eu for pra lá!
viagensinvisiveis
12 de abril de 2016 em 01:31Giovanna, viagens sempre surpreendem, nem sempre no bom sentido kkk
Caio
20 de julho de 2016 em 02:16Muito bom contar os “segredos” de Bangkok! Parabéns! Apesar disso tudo amo isso aqui! Vivo como nômade digital e moro há 3 meses na Tailândia e pelos próximos 3 em Bangkok.
viagensinvisiveis
22 de julho de 2016 em 09:54Que legal Caio! Um sonho ser nômade digital, quem sabe um dia rsrs Boa sorte nestes meses de cidadão tailandês.
Ester
5 de setembro de 2016 em 16:22Adorei as dicas! Vou para lá em janeiro e toda ajuda é bem vinda, haha. Abraços!
mapanamao.com.br
viagensinvisiveis
11 de setembro de 2016 em 15:06Que legal! Espero que goste, nós gostamos muito!