Graças a Montezuma, de Mérida a Playa Del Carmen não fomos parados pela polícia. Ao nos informarmos sobre o ocorrido no dia anterior, a funcionária do hotel Casa San Ángel nos acalmou dizendo que “si no hay papel, no hay problema”. Então se o policial não nos deu o ticket da multa, não fomos multados. Vamos descobrir a verdade desta máxima, na saída do país :-0.
Seguindo para Chichén Itza, para mais um pouco de cultura e ruínas Maias, passamos por diversos povoados, revelando-se uma excelente forma de se chegar à Riviera Maia (de carro desde Mérida).
Há duas estradas que levam até o estado de Quintana Roo (onde está a Riviera Maia e Cancún), uma de alta velocidade com pedágios (chamada carretera de cuota) e outra sem pedágios, (chamada de libre). A segunda, além de não cobrar pedágio, permite acesso aos povoados e, embora não se possa desenvolver velocidade acima de 90km, é uma excelente estrada, sem buracos, plana e sem maiores obstáculos. Na verdade, os maiores obstáculos da via são os chamados topes, ou lombadas, que são muitos, pela quantidade de povoados. Olha que estrada mais bonitinha.
Percebemos que em todo o México, e especialmente nas cidades do interior, o meio de transporte mais utilizado é este riquixá, na maioria das vezes guiados por bicicleta, com bancos ao fundo, ou, como na foto, na frente. Também vimos com motos na cidade de Umán (a caminho de Uxmal).
Durante a viagem há indicações de diversas grutas, cavernas e cenotes (cavernas com lagos de água cristalina), o caminho é bem sombreado por uma mata nativa e muito agradável de se fazer.
Para se conhecer vários cenotes, grutas e ainda Chichén Itza preciso um dia inteiro, pernoitando em Valladolid. Como decidimos chegar em Playa del Carmen no mesmo dia, optamos por escolher apenas um cenote e almoçar em Valladolid.
Saindo às 09hrs de Mérida, chegamos às 11hrs em Chichén Itzá e, logo no estacionamento, nota-se que se trata da mais turística das ruínas, ônibus e ônibus vindo especialmente de Cancún e Riviera Maya, recheados de estrangeiros (e alguns brasileiros). O fato de ter sido eleita pela Unesco como um dos Patrimônios da Humanidade atrai ainda mais os turistas da Riviera.
Também é aí que se tem a maior quantidade de vendedores de artesanato por metro quadrado de ruínas. Compramos dois chapéus panamá (para quem não sabe, os chapéus panamá não são originariamente produzidos no Panamá, mas no México, na cidade de Becal).
Imprescindível para se visitar ruínas no Caribe: água, chapéu, óculos de sol e muito protetor solar, já que o sol e a claridade das pedras reflete bastante, queimando ainda mais a pele.
Ao se adentrar logo se vê a Pirâmide principal, chamada de El Castillo, 24metros, erguida por volta de 800 d.C.
Muito imponente e com duas serpentes que a protegem (ou que são a imagem do próprio deus Kukulkán) na lateral esquerda.
Nos equinócios, a iluminação natural faz com que pareçam se mover, razão pela qual são os dois dias mais visitados do ano em Chichén Itzá (segundo Airton Ortiz, a serpente sobe em março e desce em setembro). Todas as subidas estavam fechadas, inclusive a interna, a segunda pirâmide dentro da primeira.
Este possivelmente era o estado da pirâmide quando foi encontrada, e os outros lados, após a restauração.
Toda a pirâmide foi construída com base no calendário maia, seus degraus somam 365, seus pontos no solo estão mirando os pontos cardeais, são 52 painéis laterais e 18 terraços, representando o número de anos e meses do calendário maia.
O palácio das 1000 colunas pode ter abrigado um mercado. Incrível como estas primeiras são totalmente desenhadas e o seu pórtico cheio de artefatos.
E aqui as 1000 colunas, que não me pareceram tantas. Fico sensibilizada quando avisto algo assim: misterioso.
As primeiras colunas, em frente ao templo, são quadradas e decoradas, as demais, ao seu lado direito, redondas e simples. Não são espantosas?
Detalhe do Templo dos guerreiros
A água da cidade de Chichén Itza, vinha do cenote sagrado, utilizado para sacrifícios. Penso como não foi contaminada?
Em frente à pirâmide há uma quadra do jogo de pelota, comum a muitos outros sítios da cultura maia, que não era propriamente um jogo, como explica Octavio Paz “no era tanto um juego, en la accepción moderna de la palabra, como uma cerimônia ritual que terminava casi siempre en el sacrifício por decaptación”
Este campo, já visto em Uxmal e em Teotihuacán, é o maior da Mesoamérica, com 168 metros.
A parede de caveiras, logo antes do local da cerimônia ritualística, oferece uma mostra de quantos homens foram sacrificados rituais para os deuses Maias. Um muro de cerca de 10 metros com várias destas imagens.
Outros templos são encontrados ao longo das ruínas, como o Observatório astronômico e o Convento, nome dado pelos espanhóis por abrigar várias salas.
“Rodeada pela vegetação tropical, suas pirâmides, seus templos, colunatas, plataformas, palácios e monumentos revelam a extraordinária capacidade dos arquitetos pré-colombianos em construírem obras extraordinárias. Tanto os templos dos Jaguares, dos Guerreiros, de Chac-Mool e dos Banhos de Vapores assim como o palácio das Monjas e as plataformas de crânios, das águas e dos jaguares, entre tantos outros edifícios suntuosos eram muito mais imponentes do que construções européias de mesma época. No seu auge, entre os anos de 1100 e 1350, Chichén Itza chegou a ter 80 mil habitantes em sua zona urbana.” Airton Ortiz
Esta é outra pirâmide, também com as serpentes.
Um aviso: Chichén é enorme!! Deve-se ir bem preparado fisicamente, confesso, que, ao final, já estava derrotada pelo calor. Retornando ao Mr. Bean, após o calor de Chichén, escolhemos passar por um dos cenotes. Há o de Dzitnup e o de Ik-il, bem próximos e no caminho.
Ik-il fica instalado dentro de um hotel, ou melhor, com um hotel construído a sua volta, também fica cheio de turistas, o que é compensado por sua grande infraestrutura, como cofre, banheiros limpos, restaurante, estacionamento e salva-vidas.
Como se vê, a imensa caverna com água cristalina é belíssima!
Ik-il fica instalado dentro de um hotel, ou melhor, com um hotel construído a sua volta, também fica cheio de turistas, o que é compensado por sua grande infraestrutura, como cofre, banheiros limpos, restaurante, estacionamento e salva-vidas.
Como se vê, a imensa caverna com água cristalina é belíssima!
Lembramos do poço azul na Chapada Diamantina/BA, mas com proporções imensas.
(A propósito o pulador é o marido)
Segundo informações do guia da Folha, arqueólogos conseguiram chegar a 50metros e profundidade e ainda não avistaram o fundo. Vários avisos instalados na parede da caverna dá o recado: pule por seu próprio risco, afinal são 50 metros. Coletes salva vidas são alugados, mas como as águas são calmas, não utilizamos, como a maioria.
Seguimos para Valladolid onde iríamos almoçar no restaurante tradicional chamado El Mesón Del Marqués. Muito agradável e fresco, com este jardim bem ao estilo colonial espanhol.
O marido pediu Conchinita Pibil
e eu fui de Lomitos de Valladolid (carne de porco marinada com chili, alho e tomate).
Valladolid me pareceu uma agradável cidade colonial, bem parecida com Mérida, mas menor, não ficaria para dormir, exceto para conhecer novos cenotes e grutas.
Uma curiosidade pela cidade de Valladolid, por Airton Ortiz “fora construída sobre um centro cerimonial chamado Zaci, nome dado a um pequeno cenote existente em sua área urbana. Por uma escadaria, pude descer até o fundo do grande poço e cheguei quase ao nível das águas”.
Não ficamos muito em Valladolid, já que ainda restavam mais de 180km até Playa Del Carmen. Optamos pela estrada que vai até Tulum, saindo da carretera federal para uma estadual (antes nos informamos com a polícia de Valladolid, sobre a condição da estrada e se era segura, o que foi efusivamente respondido com um – Sí, está muy buena y es segura), alguma dúvida?
Novamente encontramos uma blitz pelo caminho, porém o policial limitou-se a perguntar de onde éramos, para onde iríamos e nossa procedência. Percebemos que realmente as pessoas param completamente o carro em via pública e não no acostamento quando abordados, o que nos indicou que talvez o policial de Uxmal estivesse correto.
Dica: ao ver uma blitz pare completamente!
Ainda tentamos conhecer as ruínas de Cobá, porém, ao contrário do que está escrito no guia folha Top 10 Cancún, as ruínas fecham às 16:30 para venda de bilhetes e não às 18h.
Próximo às ruínas de Cobá, há um passeio para ver crocodilos, o que foi efusivamente percebido pelo marido e, temerosamente, dissuadido por mim.
Chegamos a Playa Del Carmen já à noite, percebendo que na área dos hotéis é um calçadão, onde não se chega de carro, chamado área de peatones. Importante perguntar se o hotel tem estacionamento, o nosso hotel não tinha, tivemos que pagar um (170 pesos ou R$30,00 a diária).
2 Comentários
Lu Malheiros
28 de novembro de 2012 em 22:37Que viagem legal!
O México está na minha lista de desejos já faz um tempo!
Abraço
Nivia Guirra Santana
29 de novembro de 2012 em 20:00Que maravilha tê-la por aqui Lu Malheiros! 🙂 Realmente a viagem foi especial, realize seu desejo!!