A viagem ao Equador não seria completa se não pudesse conhecer os vulcões Cotopaxi e Quilotoa. O primeiro é um dos vulcões ativos mais altos do mundo e o Quilotoa tem na sua cratera uma laguna de coloração azul-esverdeada.
Como queríamos conhecer Baños e ver o show de Shakira em Guayaquil, contratamos um motorista para nos levasse de Quito a Baños, parando nos vulcões Cotopaxi e Quilotoa.
O trajeto passa pela Avenida dos Vulcões que, embora tenha esse nome atrativo, para se ver os vulcões, precisa-se sair da estrada principal.
O Cotopaxi está mais próximo de Quito e da estrada (78km), mas para chegar ao Quilotoa são 1h30min de curvas, para entrar e outras para sair. Como não existe aeroporto próximo, é a única forma de chegar ao Quilotoa.
Vulcão Cotopaxi
A entrada no parque de preservação do Cotopaxi só é permitida com um guia local. Isso porque a última atividade detectada ocorreu em 2015, mas sem lava (ufa 😱).
O guia além de conhecer as regras de segurança e socorro, sabe as trilhas para escapar em caso de erupção. Ele nos explicou que 2 horas antes da ativação do vulcão, soa o sinal de alerta.
Nosso guia contava também com uma maleta de emergência, com comida, água, medicação, roupas de proteção e um monte de apetrechos de salvamento. Me senti mais segura #sóquenão.
Caso esse alarme toque é preciso abandonar o carro e seguir a pé pela trilha que atravessa a montanha em sentido ascendente. Nem pensar em seguir de carro, pois seria rapidamente alcançado pela lava.
O Cotopaxi é um dos vulcão ativo de forma perfeita mais alto do mundo, a 5.897 metros acima do nível do mar. Digo um dos vulcões, pois há muita divergência neste quesito.
O Ojos del Salado, vulcão que fica na fronteira entre o Chile e a Argentina, tem a altitude de 6.893. Acontece que sua última erupção aconteceu em 1300, então há dúvida se ele ainda é ativo, embora solte uma fumacinha de seu cume.
Já o Llullaillaco seria o segundo mais alto, com 6.739 metros, com última erupção em 1877. O Cotopaxi teve a última atividade com lava em 1942, levando essa fama de vulcão ativo mais alto do mundo. Ele já destruiu a cidade de Latacunga duas vezes.
Imagina nossa expectativa em conhecer o monstrão? Mas nem por isso o Cotopaxi nem deu o ar da graça, as nuvens passaram o tempo todo encobrindo o seu pico nevado, uma verdadeira viagem invisível 😂.
O melhor momento de fotografar o Cotopaxi é de maio a outubro e bem cedo, quando o céu está mais claro.
E nem dá para subir ao cume do Cotopaxi, pois para isso são necessários mais de 2 dias, sobe-se até o primeiro ponto, onde se dorme e espera a aclimatação, no segundo dia é permitido subida. Juro que só não subi por isso 🙈.
Em frente ao Cotopaxi está o Vulcão Rumiñahui e logo abaixo desse a laguna Limpiopungo. Cotopaxi significa a “garganta que vomita” e Rumiñahui “olho de pedra”, também li que Cotopaxi em quechúa poderia ser “o trono da lua”.
Na beira da lagoa Limpiopungo vimos os cavalos selvagens deixados pelos espanhóis há centenas de anos e que hoje vivem soltos, totalmente integrados ambientes. Parece um pouco piegas, mas me emociona verdadeiramente ver animais comumente tão explorados, vivendo livremente.
Na Limpiopungo há também uma variedade enorme de pássaros e é ponto de observação de especialistas.
Os equatorianos chamam os cânions de quebradas, e, no Parque Cotopaxi, eles são frutos das erupções do vulcão. Chegamos a ver uma cratera de 800m durante a curta trilha pelos canions, de 15 min. Claro que esses 15 minutos renderam boas piadas, afinal nem sempre estamos tão felizes caminhando pelas “quebradas”
Há um povoado de 2.500 pessoas na borda do Cotopaxi. Eles vivem basicamente da agricultura e do turismo, vendendo seus artesanatos no centro de atenção ao visitante. Também por isso, o Cotopaxi é um dos vulcões mais perigosos, por sua proximidade com diversas cidades e povoados.
Eu comprei um bonito quadro naif de Pedro, o artista que tem uma barraca no segundo ponto de parada.
Vulcão Quilotoa
De volta à avenida dos vulcões, passamos pela cidade de Latacunga, onde a estrada passa a ser um desafio. São muitas curvas em uma estrada estreita que, embora bem sinalizada, dá um certo frio na barriga. Chegamos no povoado às 14h, o mesmo estava deserto, com os restaurantes vazios e poucas opções. A cidade estava deserta! Não havia um único turista caminhando pelo centro ou na feira de artesanato.
Comemos no restaurante Dueña Terezita que nos surpreendeu positivamente. Comida caseira saborosa e rápida. Como chegamos às 14h e não tinha ninguém no restaurante, bateu aquele medinho. Perguntamos se iria demorar, o que ela recomendava. Foram tantas perguntas e indecisão que Dueña Terezita nos deu o ultimato – Peça o que quiser que eu faço em 15 minutos. E não é que fez mesmo?
O povoado passa por enormes obras, tanto com a construção de prédios, como infraestrutura. Achamos tudo muito bonito e organizado, inclusive o centro de artesanatos.
A entrada para o vulcão Quilotoa é encravada na rocha e cria a atmosfera de suspense, até chegar e ser arrebatado por uma visão inesquecível!
A cor da água muda de acordo com a incidência do sol na água, pode passar do verde ao azul ao marrom. Há 3 trilhas em volta da cratera do vulcão, de 12, 10 e 1.5km. Eu somente ao subir as escadas que levam ao mirante já senti falta de ar, enjoo e tontura. Então só recomendo a trilha para quem está aclimatado, com alguns dias de Equador.
O Quilotoa está na Reserva Ecológica Los Illinizas, e seu nome vem da união de “quiru”, dente em quechua e “toa” que significa rainha. Rainha dos dentes, à altitude de 3.914 metros.
Vale a pena percorrer quase 3h de estrada (ida e volta) apenas para conhecer o Quilotoa? Claro que sim! Afinal não é todo dia que se tem a oportunidade de se ver de perto uma lagoa formada na cratera de um vulcão inativo. Tanto o Cotopaxi como o Quilotoa valem a viagem ao Equador!
Na volta, à beira da estrada, paramos no mirante do cânion do Rio Toachi, Equador, dessa vez formado pela erupção do Quilotoa.
O Quilotoa está na reserva ecológica de Los Illinizas e a paisagem na estrada é sensacional. Na verdade o trajeto entre o Cotopaxi e Quilotoa é em auto estrada, muito bem sinalizada e em ótimas condições. A estada de Latacunga a Quilotoa, embora cheia de curvas e não duplicada, também está em boas condições.
De Latacunga a Baños estrada é movimentada, larga e monótona. À exceção de um arco íris que vimos atrás de uma montanha, a estrada para o Quilotoa dá de 10 x 0.
Cotopaxi e Quilotoa
Dicas práticas
♠Como chegar?
A melhor maneira de conhecer essas duas maravilhas da natureza foi contratando um carro com motorista. Nós tivemos a indicação do serviço com a pousada Dolce Lobo e o motorista que nos levou de Quito a Baños. É passeio para um dia inteiro, saimos 09h de Quito e chegamos em Baños 19h.
♣Quanto custa?
O translado custou U$ 240 em uma van para 06 pessoas. Várias excursões fazem esse trajeto desde Quito e, pela minha pesquisa, os preços estão em U$50,00 por pessoa. Não encontrei uma opção que levasse de Quito a Baños, mas apenas ida e volta de Quito, por tal motivo, para nós compensou um transfer particular.
A entrada no Parque Cotopaxi foi de U$ 40,00 pelo carro com o guia e foi contratada pelo nosso transfer. Para o Quilotoa a entrada é de apenas U$ 3,00 por carro e não tem guia. A alimentação não está incluso no transfer. Tanto a vista para o Cotopaxi ou Quilotoa é gratuita, paga-se apenas para adentrar nos parques.
♥Onde ficar♥
Li em alguns blogs que alguns aventureiros preferem dormir em Latacunga, que fica a 1h30 do Quilotoa, para subir até lá de ônibus. Eu não recomendaria, Latacunga não me pareceu uma cidade de muitos atrativos à noite, ao contrário de Baños que tem um centro super movimentado e as termas que abrem até as 22h.
Preferimos dormir em Baños, ainda que a viagem fosse mais cansativa. Em Baños ficamos no Água Fuego um bom hotel, mas simples, com uma vista linda para o centrinho.
O ótimo Fragata Surprise e De Mochila e Caneca foram ao Cotopaxi e Quilotoa. A a Cyntia do Fragata foi mais próximo do vulcão Cotopaxi e chegou a ver o cume nevado. Já o Itamar e a Patrícia fizeram a trilha do Quilotoa, com direito a se perder e ser resgatado por uma chola local.
Procurando destinos de aventura? Vimos vulcões na Itália e Bolívia.
Procurando onde se hospedar no Equador? Nós sempre reservamos pelo Booking e não nos arrependemos, veja os melhores hotéis aqui.
6 Comentários
Marcelo Pinheiro
7 de fevereiro de 2019 em 17:02Olá!
estou indo em um grupo de 9 amigos para o Equador no início de março e gostaríamos de fazer esse trajeto exatamente como vocês fizeram – sair de Quito, passar no Cotopaxi e Quilotoa e finalizar em Baños.
Também estou tendo dificuldade em achar quem realize esse trajeto (todos voltam para Quito no fim do dia).
Vocês teriam o contato, email ou nome da agência/empresa/pessoa que contrataram?
agradeço demais!
viagensinvisiveis
7 de fevereiro de 2019 em 21:21Nós contratamos o tour com a pousada que ficamos, a Dolce Lobo Boutique. Pode entrar em contato diretamente com eles no e-mail dolcelobo@gmail.com Ótima viagem
Barbara
4 de abril de 2019 em 13:32Olá!
Estou indo com mais duas pessoas e gostaria de fazer o vulcão cotopaxi e a lagoa quilotoa no mesmo dia, mas não encontrei qualquer empresa que faça.
Já entrei em contato com o hotel, mas ao informar que não tenho reserva lá, interromperam o contato!
Por acaso você teria o contato de quem fez o tour pra você?
Obrigada
viagensinvisiveis
17 de abril de 2019 em 09:02Infelizmente não tenho, mas já mandei um e-mail para hospedagem pedindo o contato, espero que eles respondam. Assim que tiver a resposta coloco aqui. Abs
Alexandre
2 de outubro de 2019 em 01:34Olá!
Uma dica pra quem procura fazer esse mesmo trajeto: agora a empresa EcuadorHop leva de Quito a Baños com paradas nos dois vulcões! O funcionamento da empresa é bem legal, você compra o ticket e pode descer em qualquer parada e continuar o trajeto na mesma linha em outro dia, assim quem quiser pode ficar uma ou mais noites nos locais de parada para fazer os tours. Além disso buscam e deixam direto na porta do hotel e possuem guias nos ônibus e descontos em alguns tours e hospedagens, e em alguns casos fazem paradas rápidas em viewpoints para fotos também.
No Equador eles passam por Quito, Baños, Cuenca, Guayaquil e Montañita, com algumas paradas no caminho como Cotopaxi e Quilotoa.
Eles também trabalham no Peru (PeruHop) e na Bolívia (BoliviaHop) da mesma maneira, foi lá que conheci. Super recomendo! 🙂
viagensinvisiveis
3 de outubro de 2019 em 19:49Que interessante! Não conhecia o serviço, deve ser novo, pq não havia quando viajei em novembro