A grande vantagem de se hospedar em Playa é que a noite é animadíssima. A quinta avenida é recheada de lojas, desde as de grife como Hugo Boss, de artesanato mequetrefe, de bom artesanato, passando por restaurantes, bares e Starbucks. Descobri que logo teria um problema sério nesta quinta avenida e não seriam as lojas de Duty Free (sim, há várias lojas de duty free, mais baratas do que as do aeroporto de Cancún), mas o fato de situar, lado a lado, Haagen-Dazs e Aldo. Hummmmmmmm.
Observem as deliciosas cadeiras no meio da 5ª Avenida, uma larga avenida de pedestres, que lembra (no fundo da memória) Praia do Forte, com suas lojas e restaurantes.
Percebe-se que o início da avenida está um pouco fora de moda, as lojas são mais populares e os restaurantes mais vazios. Existe um, porém, que vale a pena conhecer: La casa del Água para um jantar romântico especialmente
O marido foi de peixe, que estava saboroso, porém pequeno.
A minha massa com cogumelos estavam tão comum, que dispensou a foto.
Seguindo um pouco adiante, os bares começam a ficar movimentados. Um dos mais cheios à noite, com música ao vivo, era o Bar FAH dentro do Hotel Siesta Fiesta (parecia mais um hostel).
Os drinques eram gostosos, com comida a preço vantajoso e frequentada também por mexicanos.
A mesa que contratou estes mariachis era integralmente de mexicanos. Divertidos e barulhentos, o que pessoalmente me agrada bastante.
Nas interseções à direita da 5ª av. os bares e restaurantes cedem espaço às boates (nem sei como se chama hoje, esta palavra parece do século passado).
Neste ponto, a noite de Playa Del Carmen parece feita para os mais novos, solteiros animados, embora idosos como nós encontrem boas opções. É que no auge dos 30 anos etários e dos 70 em termos de noitadas, nos limitamos aos bares, descartando a hipótese de adentrar em qualquer uma destas casas com música bate-estaca e dizeres prometendo o funcionamento até as 7 da manhã (muitas, muitas em Playa).
E pelo tamanho dos saltos e vestidos (inversamente proporcionais), estar solteiro(a) em Playa Del Carmen parece uma excelente opção.
Seguindo a 5ª Av, chega-se à interseção com a Av. Constituyentes, a partir dai, o clima fica ainda mais aconchegante e os restaurantes parecem mais intimistas. Os quadros expostos eram realmente bonitos (achei a arte de rua mexicana bem interessante, tanto no df como em Playa).
Nesta altura, jantamos no Restaurante Sur, especializado em parilla argentina. Decidimos sentar pois era bem bonito e com mesas internas, porém não desejávamos carne (erro primário, não?). Pedi uma sopa de tomate, que estaria bem gostosa, não fosse o sorvete salgado no centro.
E o marido de camarão com aspargos, que eu achei razoável, mas ele não gostou.
Seguindo ainda pela 5ª Av., chegamos no bar mais interessante de Playa. Com ar nostálgico, La Bodeguita del Medio é bem diferente do Cubano, que conheci há mais de 12 anos atrás, espaçoso, com música ao vivo e ambiente impecável!
Dançando salsa a noite inteira, com banda afinada e mojitos da hora, quem não é feliz?
Estes camarões fritos com coco estavam bem saborosos.
E dançando de olhos fechados ao som de um bolero cubano, sozinha ou abraçada, lembrei de outros tantos boleros da Havana de 1999
“Inventa la memoria otro presente.
Así me inventa
Se confunde
el hoy con lo vivido.”
Octavio Paz
E na volta para casa, em longa caminhada pouco sentida, com as ruas vazias da 5ª av. de Playa del Carmen, olha quem estava no caminho com seu não-olhar.
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